Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, na noite deste domingo (02/09). A instituição completou 200 anos em 2018, tinha um acervo de 20 milhões de itens e sofria com falta de reformas e enfrentava problemas de orçamento.
O Museu Nacional tinha uma área útil de 13.616,79 m² distribuída pelos seus três pavimentos. Possuía um total de 122 salas, sendo 63 salas do primeiro pavimento, 36 no segundo e 23 no terceiro.
Criado por D. João VI em 1818, o museu completou 200 anos em junho deste ano. Logo que foi criado, serviu para atender aos interesses de promoção do progresso cultural e econômico do país.
A antiga residência real, onde nasceu D. Pedro II, expõe uma coleção de peças da época do descobrimento do Brasil, em 1500, até a Proclamação da República, em 1889, como quadros, móveis e objetos que pertenceram a nobreza de Portugal e do Brasil. Entre eles, o Canhão do Meio Dia, de 1858, usado por D. Pedro I e Theresa Christina Maria e o Relógio do Sol.
Foi lá que a princesa Leopoldina, casada com D. Pedro I, assinou a declaração de independência do Brasil em 1822. Anos depois, também foi palco para a primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e fevereiro de 1891, que marcou o fim do império no Brasil.
Desde 1946, o Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem um perfil acadêmico e científico.
O acervo do museu foi formado ao longo de mais de dois séculos por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações. Tem coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. São mais de 20 milhões de itens.
Entre seus principais tesouros estão a primeira coleção de múmias egípcias da América Latina e o Bendegó, o maior meteorito já encontrado no Brasil - ele foi achado no sertão da Bahia no século 18 e pesa mais de 5 toneladas.
A história dos povos indígenas também faz parte do acervo do museu com, por exemplo, uma coleção de trajes usados em cerimônias dos índios brasileiros há mais de cem anos.
A antiga residência real, onde nasceu D. Pedro II, expõe uma coleção de peças da época do descobrimento do Brasil, em 1500, até a Proclamação da República, em 1889, como quadros, móveis e objetos que pertenceram a nobreza de Portugal e do Brasil. Entre eles, o Canhão do Meio Dia, de 1858, usado por D. Pedro I e Theresa Christina Maria e o Relógio do Sol.
O museu há pelo menos três anos funcionava com orçamento reduzido, segundo mostrou uma reportagem em maio na rede globo de maio deste ano sobre as condições do Museu, pouco antes da comemoração de seu bicentenário, que ocorreu em 6 de junho.
A falta de recursos afetou inclusive o funcionamento do museu. Há mais de 15 anos os visitantes não podem ver o esqueleto gigante de uma baleia Jubarte, por exemplo.
A situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma "vaquinha virtual" para arrecadar recursos junto ao público. Para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil reais.
No museu estavam alguns dos mais relevantes registros da memória brasileira no campo das ciências naturais e antropológicas, como o fóssil humano mais antigo já encontrado no país, batizada de "Luzia", que faz parte da coleção de Antropologia Biológica.
Em junho, o museu completou 200 anos, mas já era visível a necessidade de obras urgentes. A instituição, porém, não tinha recursos para realizar a restauração, uma situação que começou há vários anos.
A instituição deveria receber um repasse anual de R$ 550 mil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que passa por uma crise financeira. Há três anos, o museu só tem recebido 60% deste valor, e não tinha recurso para pesquisa e manutenção as áreas de exposição foram reduzidas.
Além disso, uma infestação de cupins destruiu a base onde estava instalada a reconstrução do fóssil de um dinossauro de 13 metros que foi descoberto em Minas Gerais, e viveu há 80 milhões de anos.
Em 2015, o Museu Nacional chegou a fechar as portas por causa do atraso dos repasses do governo federal, os serviços foram interrompidos por falta de pagamento a funcionários.
O Ministério da Educação informou em maio que, neste ano, os repasses à UFRJ serão maiores do que o ano passado, de R$ 3 bilhões. O valor inclui todas as despesas, inclusive as que são obrigatórias, como o pagamento de funcionários – despesas com reforma de edifícios, por exemplo, são discricionárias, e podem ser afetadas por cortes orçamentários.
Fonte: G1.com